Mulheres e Adolescentes no banheiro, a resposta vai além do espelho!

13 maio, 2025

Por que as mulheres (e adolescentes) passam tanto tempo no banheiro? A resposta vai além do espelho

Você já se perguntou por que tantas mulheres – e especialmente adolescentes – parecem desaparecer dentro do banheiro por longos minutos (ou até horas)? Enquanto para uns isso é um mistério ou motivo de piada, para a psicologia esse comportamento revela algo muito mais profundo: necessidades emocionais, rituais de autocuidado e busca por identidade.

Para quem tem uma filha é uma experiência!

Vamos entender melhor o que acontece ali dentro, além da maquiagem e do secador de cabelo.

1. O banheiro como refúgio emocional

Para muitas mulheres, o banheiro é um dos poucos lugares da casa onde se pode estar sozinha, sem interrupções. E isso é ouro, especialmente para quem vive em ritmo acelerado, cuida da casa, dos filhos, do trabalho e do mundo ao redor.

Ali, elas podem:

Respirar fundo

Cuidar de si mesmas

Processar emoções

Ter um momento de silêncio

Não é fuga, é sobrevivência emocional.

2. Ritual de autocuidado e autoestima

O tempo em frente ao espelho é, muitas vezes, um ritual de afirmação da autoestima. Pentear o cabelo, aplicar um creme ou se maquiar não são apenas atos estéticos – são gestos de cuidado com o corpo e com a própria identidade.

A sociedade cobra bastante da imagem feminina, e o banheiro se transforma em um “palco” onde a mulher se prepara não só fisicamente, mas emocionalmente, para encarar o mundo.

3. Para as adolescentes: o espelho como companheiro de jornada

Na adolescência, o banheiro vira um verdadeiro laboratório de autoconhecimento. O espelho passa a ser confidente, e o tempo ali dentro é usado para:

Observar o corpo em transformação

Testar maquiagem, penteados, expressões

Explorar a própria identidade

Mais do que vaidade, é busca por pertencimento e segurança interna.

Além disso, é um dos poucos espaços em que a adolescente tem controle total – algo muito importante em uma fase de tantas dúvidas e mudanças.

4. Espaço seguro para sentir (e desabafar)

Muitas vezes, o banheiro é onde:

Se derramam lágrimas escondidas

Se ensaiam conversas difíceis

Se ouvem músicas no fone para aliviar a ansiedade

É um território íntimo, silencioso, onde é possível sentir sem julgamentos.

Conclusão: mais do que tempo, é um tempo só delas

Passar muito tempo no banheiro pode parecer um exagero para quem vê de fora, mas para muitas mulheres e adolescentes é um ritual essencial de saúde mental, emocional e identidade.

Respeitar esse tempo e esse espaço é reconhecer que, às vezes, cuidar de si também acontece em silêncio – com uma escova na mão e o coração em processo.

 

Terapia Sexual e Psicanálise

26 abril, 2025

Terapia Sexual: Entenda a fundo esse universo de autoconhecimento e conexão

Quando a gente fala em terapia sexual, muita gente ainda torce o nariz, como se fosse um tabu ou algo "só para quem tem problemas graves". Mas, deixa eu te contar: terapia sexual é, na verdade, um convite para se conhecer melhor, para resgatar o prazer e para construir relações muito mais saudáveis. Quem nunca se sentiu meio perdido(a) nessa área da vida, não é mesmo?

A sexualidade é uma parte essencial de quem nós somos, como respirar ou sonhar. E, assim como em qualquer outra área da nossa vida, às vezes a gente precisa de ajuda profissional para entender o que está acontecendo e melhorar. Bora explorar juntos 5 tópicos essenciais para entender a terapia sexual?


1. O que é, afinal, a terapia sexual?

Imagina um espaço seguro onde você pode falar abertamente sobre tudo o que sente, pensa ou vive na sua vida sexual — sem julgamento, sem vergonha. É exatamente isso que a terapia sexual oferece.

O terapeuta sexual é como um guia de trilha: ele te ajuda a caminhar por terrenos que às vezes parecem difíceis, cheios de pedras (inseguranças, traumas, tabus) para você encontrar seus próprios caminhos para o prazer e o bem-estar.

A terapia pode envolver conversar sobre traumas, crenças limitantes, fantasias, identidade sexual, dificuldades de relacionamento, e também sobre questões fisiológicas que impactam o sexo. E não, não existe um "pacote pronto" — cada jornada é única!


2. Principais motivos que levam alguém a buscar terapia sexual

Você já parou para pensar quantas razões diferentes podem levar alguém a buscar esse tipo de apoio? Vou listar algumas das mais comuns:

  • Disfunções sexuais (como ejaculação precoce, disfunção erétil, anorgasmia, vaginismo);

  • Baixa libido ou desejo sexual hipoativo;

  • Dor durante a relação sexual;

  • Dificuldade em lidar com a própria orientação sexual;

  • Impacto de traumas, abusos ou crenças religiosas sobre a sexualidade.

Ou seja, tanto questões físicas quanto emocionais podem ser trabalhadas. E não é só para quem "está com problema", viu? Às vezes, a pessoa só quer se desenvolver, se conectar mais profundamente consigo mesma e com o outro.


3. A importância do diálogo e da escuta ativa

Agora me diz: como falar de sexo se a gente não sabe nem como se comunicar direito com o parceiro(a)? Pois é! Um dos pilares da terapia sexual é justamente ensinar a comunicação sexual.

Muita coisa se resolve simplesmente aprendendo a expressar seus desejos, seus limites, suas expectativas. E, claro, também ouvindo o outro — mas ouvindo de verdade, sem julgamentos ou pressa de responder.

Aqui, a metáfora é perfeita: a comunicação na sexualidade é como a dança. Se um pisa no pé do outro e ninguém fala nada, o ritmo desanda. Mas, se ambos conversam, ajustam e se respeitam, a dança flui lindamente!


4. Sexualidade ao longo da vida: mudanças naturais

Outra coisa maravilhosa (e que muita gente esquece) é que a sexualidade não é estática. Ela muda conforme a gente muda — e isso é completamente natural!

Durante a adolescência, a curiosidade é intensa. Na vida adulta, surgem outras dinâmicas, como a rotina, o estresse, a parentalidade. Na maturidade, novas descobertas aparecem — e nem sempre como a sociedade pinta.

A terapia sexual abraça essas fases, acolhe essas mudanças e ensina que cada etapa da vida pode (e deve) ser vivida com prazer e autenticidade.


5. Terapia sexual para casais: uma redescoberta a dois

Quem disse que a terapia sexual é só para quem está sozinho(a)? Pelo contrário: muitos casais se beneficiam profundamente desse tipo de trabalho.

Ela pode ser um instrumento poderoso para:

  • Reconstruir a intimidade perdida na correria do dia a dia;

  • Resolver conflitos sexuais que pareciam sem solução;

  • Redescobrir o prazer juntos, de forma mais consciente e empática;

  • Superar traumas que afetam a relação como um todo.

Pensa comigo: um relacionamento saudável é como um jardim. Se você não rega, não cuida, não aduba, ele vai murchando. A terapia sexual é justamente essa água fresca e esse cuidado consciente para fazer florescer de novo.

 

Freud e a Neurociência

8 abril, 2025

___________________________________________________________________________________________


Freud e a Neurociência: quando o inconsciente encontra os neurônios

Imagine se Sigmund Freud tivesse à disposição um scanner de ressonância magnética funcional. Dá pra imaginar o brilho nos olhos dele ao ver o inconsciente literalmente “acendendo” no cérebro? Pois é, o que era apenas teoria e intuição clínica no início do século XX, hoje começa a ganhar respaldo empírico através da neurociência. E essa conversa entre Freud e os neurocientistas está só começando — mas já é promissora e, mais do que isso, revolucionária.

De onde partimos? A psicanálise em sua essência

Freud nunca quis romper com a ciência — muito pelo contrário. Lá nos seus primeiros escritos, como no Projeto para uma Psicologia Científica (1895), ele já sonhava com uma psicologia embasada na biologia do cérebro. Só que os instrumentos da época eram limitados demais. Resultado? Ele teve que abandonar a empreitada neurobiológica e criar uma nova ciência da mente: a psicanálise.

Mas Freud nunca deixou de lado o desejo de, um dia, ver suas ideias dialogando com as descobertas do cérebro. O conceito de inconsciente, por exemplo, era revolucionário e absolutamente não verificável por métodos científicos do início do século XX. Mas hoje, com a neurociência moderna, já não é tão “invisível” assim.

Onde estamos agora? O cérebro que confirma Freud

Avanços em neuroimagem, neuroplasticidade, e neurociência afetiva têm mostrado que há sim, uma “realidade” cerebral por trás de muitas das ideias freudianas. Vamos a alguns exemplos:

  • O inconsciente emocional: O neurocientista Joseph LeDoux mostrou que reações emocionais podem ser processadas no cérebro antes mesmo de chegarem à consciência. Em outras palavras, sentimos antes de saber que sentimos. Freud já dizia: o inconsciente governa nossa vida emocional.

  • Memória implícita e repressão: Estudos de neurociência demonstram que traumas podem ser armazenados como memórias implícitas — ou seja, inacessíveis à consciência, mas ativas no corpo e no comportamento. Parece repressão? Pois é. Freud pode ter errado em alguns detalhes, mas acertou no essencial.

  • Atenção flutuante e estados de consciência: A prática clínica psicanalítica, com sua escuta atenta e o uso da associação livre, cria estados mentais que hoje já se sabe ativarem áreas específicas do cérebro associadas à criatividade, introspecção e reorganização de redes neurais.

A fusão freudiana: neuropsicanálise em ação

E aí entra o grande casamento moderno: a neuropsicanálise. Essa área — ainda jovem, mas com bases sólidas — busca justamente integrar a escuta psicanalítica com os achados da neurociência. Não se trata de reduzir a psicanálise a circuitos cerebrais, mas de criar um diálogo fértil entre os dois campos.

É como se Freud fornecesse a bússola e a neurociência, o mapa. Um precisa do outro para compreender a complexidade da psique humana de forma mais completa.

Mas o que muda na prática clínica?

Muita coisa. Um psicanalista hoje pode compreender melhor, por exemplo, por que determinados pacientes têm dificuldades em acessar conteúdos traumáticos (memórias implícitas codificadas pelo sistema límbico). Ou como a regulação emocional pode ser trabalhada em conjunto com técnicas que promovem a reorganização de redes neurais — inclusive através de práticas de atenção plena ou de imaginação ativa.

Além disso, essa abordagem integrada permite compreender transtornos como depressão, fobias ou traumas com uma lente mais ampla: não apenas pela narrativa subjetiva do paciente, mas também pela lente da biologia do sofrimento.

Freud foi o primeiro neurocientista?

Pode parecer exagero dizer isso, mas em certo sentido, sim. Freud partiu de uma formação neurológica sólida e buscava explicar os fenômenos psíquicos a partir do funcionamento cerebral. Quando ele criou a psicanálise, foi justamente por perceber que a mente humana não cabia apenas na anatomia do cérebro conhecida na época.

Ele mesmo declarou, em carta a Fliess, que esperava que “um dia, os dados da psicologia e os da fisiologia se fundissem numa só ciência”. Esse dia, ao que tudo indica, está chegando.

 

Neurociência Aplicada à Clínica Psicanalítica

25 março, 2025

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


Neurociência Aplicada à Clínica Psicanalítica: Uma Evolução nas Técnicas Analíticas da Mente e Comportamento 

Sou Marcelo Moisesian, psicanalista clínico, especializando-me em Neuropsicanálise pelo Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica. Neste texto, abordarei a integração da Neurociência na prática clínica Psicanalítica, destacando a relevância dessa fusão interdisciplinar para uma compreensão mais profunda e fundamentada da mente humana.

A mente humana é amplamente reconhecida como um domínio complexo e intrincado, cuja compreensão exige uma abordagem multifacetada e interdisciplinar. A clínica Psicanalítica tradicionalmente se dedica ao estudo e tratamento dos processos inconscientes e suas manifestações comportamentais. Contudo, com a introdução da Neurociência, surgiu uma oportunidade inédita de ampliar e aprofundar o entendimento dessas dinâmicas.

Formado em Psicanálise Clínica e atuante também na área da Terapia Cognitivo-Comportamental, tenho observado na prática clínica cotidiana como a Neurociência oferece uma nova perspectiva sobre a origem e o tratamento de transtornos psicológicos, traumas e fobias. A união entre a Psicanálise e a Neurociência possibilita explorar, de forma precisa, os mecanismos neurais associados às emoções, memórias e processos inconscientes, permitindo intervenções terapêuticas mais eficazes e direcionadas.

A aplicação prática da Neuropsicanálise na clínica envolve a utilização de conhecimentos neurocientíficos para identificar e entender padrões cerebrais relacionados a sintomas emocionais e comportamentais. Tal compreensão aprimora a eficácia das técnicas psicanalíticas tradicionais, pois proporciona embasamento científico robusto às intervenções realizadas. Assim, problemas como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático podem ser abordados com maior precisão e sucesso.

A fusão das especialidades também fortalece a relação terapeuta-paciente, pois a capacidade de interpretar e compreender as bases neurobiológicas do sofrimento emocional aprimora a empatia e o acolhimento terapêutico. Este aspecto acelera o processo de recuperação e melhora consideravelmente os resultados obtidos no tratamento psicológico.

Em síntese, a incorporação da Neurociência na clínica Psicanalítica representa uma evolução significativa nas técnicas analíticas da mente e comportamento, oferecendo tratamentos mais completos, embasados cientificamente e capazes de proporcionar mudanças profundas e duradouras.

A incorporação da Neurociência à Psicanálise constitui uma verdadeira revolução nos estudos psíquicos, apontando uma tendência evolutiva clara e promissora para o futuro da clínica Psicanalítica. Este avanço proporciona uma solida base científica e métodos terapêuticos mais eficazes, renovando e enriquecendo profundamente a compreensão da mente humana. Espero que este conteúdo contribua significativamente para o aprofundamento do seu conhecimento nesta temática relevante da Psicanálise contemporânea.